Pix internacional: como funciona e o que muda para o setor financeiro

O Pix internacional ainda não opera oficialmente no Brasil, mas já existem movimentações globais em andamento.
Enquanto o Banco Central não regulamenta o modelo, projetos como o Nexus, liderado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), estão sendo testados para conectar sistemas de pagamentos instantâneos de cerca de 60 países.
Inspirado no sucesso do Pix, o Nexus BIS propõe transações internacionais mais rápidas, seguras e acessíveis. Para o setor financeiro, isso representa uma nova fronteira de inclusão, agilidade e competitividade, com potencial para transformar o fluxo de capitais.
Neste artigo, você entenderá como o Pix internacional funciona, quem poderá utilizá-lo, seus custos, prazos, limites, vantagens e o impacto estratégico que essa inovação trará para bancos e fintechs.
O que é o Pix internacional e como vai funcionar?
O Pix internacional é a evolução do sistema de pagamentos instantâneos, agora desenvolvido para permitir transferências entre países com a mesma agilidade e simplicidade do Pix.
A ideia é criar uma rede global integrada, conectando sistemas de pagamentos de diferentes nações.
Essa integração envolve parcerias entre os bancos centrais, câmbio automático na conversão das moedas e liquidação em tempo real. Ou seja, o envio e o recebimento de valores aconteceriam instantaneamente, mesmo em transações internacionais.
Alguns testes já estão em andamento entre Brasil e Colômbia, além de negociações para integrar o Brasil com a Europa. Assim, o Pix para o exterior e o uso do Pix em outros países começam a ganhar forma, trazendo novas possibilidades para o mercado financeiro global.
Diferença entre o Pix tradicional e o Pix internacional
O Pix tradicional opera no Brasil, com regras únicas, mesma moeda (real) e liquidação imediata. Já o Pix internacional conecta diferentes sistemas, envolve moedas diferentes e requer integração entre bancos centrais e plataformas de câmbio.
Nas transferências internacionais, é preciso lidar com a conversão automática de moedas, variações cambiais, taxas adicionais e regras regulatórias específicas de cada país. A operação é mais complexa que uma simples transação nacional.
Mesmo assim, a proposta mantém a essência: o Pix internacional cai na hora, com liquidação quase instantânea. O desafio técnico está na interoperabilidade dos sistemas e na harmonização das regras monetárias entre os países.
Quem poderá usar o Pix internacional?
O objetivo do Pix internacional é ser acessível tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, ampliando o alcance das transferências globais. Com ele, o envio e o recebimento de valores no exterior devem se tornar tão simples quanto uma operação doméstica.
Entre os principais casos de uso previstos estão:
- brasileiros usando pagamento no exterior com Pix para compras ou viagens;
- pessoas enviando dinheiro para familiares em outros países;
- empresas pagando fornecedores e prestadores de serviço no exterior;
- freelancers e profissionais recebendo pagamentos de clientes estrangeiros.
Na prática, a proposta é permitir que qualquer usuário habilitado consiga fazer operações globais de forma rápida e segura.
O desafio é ainda regulamentar como fazer Pix internacional em cada país envolvido, garantindo segurança jurídica nas transações.
Países e estabelecimentos que já aceitam Pix internacional
Alguns países já operam com sistemas próprios de pagamentos instantâneos, criando a base para futuras integrações com o Pix internacional, veja os principais:
- Reino Unido — permite transferências instantâneas entre contas 24 por dia por meio do Faster Payments System;
- União Europeia — apresenta o SEPA Instant Credit Transfer (SCT Inst), que possibilita transferências em euros em até 10 segundos;
- Estados Unidos — como uma iniciativa do Federal Reserve para agilizar transferências entre bancos, foi desenvolvido o FedNow;
- Índia — possui um dos sistemas mais avançados para transferências entre bancos e carteiras digitais, o UPI (Unified Payments Interface);
- Austrália — também permite pagamentos instantâneos 24 horas por dia por meio do NPP (New Payments Platform).
Apesar de ainda não ser possível fazer um Pix para contas fora do Brasil, segundo relatos de turistas, a ferramenta já é aceita em algumas lojas das seguintes cidades: Buenos Aires, Miami, Orlando, Lisboa, além de outras no Uruguai, Chile e França.
Setores como turismo, comércio eletrônico, marketplaces globais e serviços de remessa lideram a adoção desse sistema.
Enquanto isso, estabelecimentos de varejo, companhias aéreas, plataformas de viagens e grandes e-commerces começam a se preparar para aceitar o Pix internacional.
O Pix internacional tem custo?
Sim, a previsão é de que o Pix internacional tenha custos, mas com potencial de ser mais acessível do que os modelos tradicionais.
As tarifas dependerão dos acordos entre os sistemas de pagamentos, das parcerias bancárias e da taxa de câmbio Pix aplicada em cada transação. Veja uma comparação aproximada com outras opções de transferência internacional.
Modalidade |
Prazo de liquidação |
Custo médio |
Complexidade |
Pix internacional |
Quase instantâneo |
Baixo (a definir) |
Baixa |
SWIFT (transferência bancária tradicional) |
1 a 3 dias úteis |
Alto (variam em torno de US$ 20 por transação) |
Alta |
TED internacional |
1 a 2 dias úteis |
Médio a alto |
Média |
Remessa Online e similares |
Horas a 1 dia útil |
Variável, mas mais acessível |
Média |
A expectativa é que, com o avanço do Pix internacional, as transações globais se tornem não só mais rápidas, mas também financeiramente mais viáveis para pessoas físicas e empresas.
Quais são as principais vantagens do Pix internacional?
É possível identificar uma série de benefícios do Pix internacional no cenário de transações globais. Entre as principais vantagens, temos:
- rapidez — as transferências acontecem quase em tempo real, mesmo entre países, eliminando os longos prazos dos modelos tradicionais;
- disponibilidade 24/7 — operações podem ser feitas a qualquer hora, em qualquer dia, sem depender de horário bancário ou fuso horário;
- redução de custos — com menos intermediários e processos automatizados, as tarifas tendem a ser mais baixas para quem precisa enviar dinheiro para o exterior;
- integração com apps existentes — usuários poderão realizar transferências internacionais usando os mesmos aplicativos bancários e de fintechs que já utilizam no dia a dia;
- menor fricção para o usuário — o processo será simplificado, com dados reduzidos e uma experiência de uso semelhante ao Pix nacional;
- oportunidades de inovação para instituições — bancos e fintechs poderão criar novos serviços e expandir suas operações globais com mais agilidade e competitividade.
Essa é uma solução que representa um próximo passo na evolução dos pagamentos globais, unindo agilidade, segurança e inclusão financeira.
À medida que a tecnologia avança e os testes ganham escala, bancos, fintechs e usuários devem se preparar para um novo cenário de transferências sem fronteiras.
Como está a regulamentação do Pix internacional pelo Banco Central?
Atualmente, o Banco Central ainda não definiu uma data oficial para o lançamento do Pix internacional. A implantação da nova ferramenta depende de acordos multilaterais e da complexa integração entre os sistemas de pagamentos de diferentes países.
O avanço do recurso foi viabilizado pela nova lei cambial — Lei n.º 14.286/21 —, em vigor desde 2023, que trouxe maior flexibilidade para o mercado de câmbio brasileiro. Apesar disso, o próprio BC informa que “não depende apenas do Brasil, mas exige um esforço conjunto de diversas jurisdições”.
Segundo relatório recente do BIS, mais de 70 países já possuem sistemas de pagamentos instantâneos domésticos, e a conexão entre eles poderá permitir pagamentos entre fronteiras em até 60 segundos na maioria dos casos.
Oportunidades para bancos e fintechs com o Pix internacional
A chegada do Pix global abre um leque de possibilidades estratégicas para bancos e fintechs. Com uma infraestrutura de pagamentos instantâneos que ultrapassa fronteiras, as instituições encontrarão oportunidades, como:
- desenvolvimento de APIs prontas para integração com plataformas globais;
- ofertas white-label de carteiras digitais com suporte para Pix internacional;
- integração direta com serviços de câmbio automatizado e transparente;
- lançamento de produtos de crédito vinculados a transações internacionais;
- facilitação de remessas internacionais com menor custo e alta velocidade;
- expansão do atendimento a clientes globais e novos mercados de atuação.
Com o avanço dessa modalidade de Pix, bancos e fintechs que se anteciparem poderão não só fortalecer sua base de clientes, mas também assumir protagonismo na nova geração de pagamentos internacionais.
Como a Topaz ajuda instituições a se prepararem para o Pix internacional?
A evolução do Pix internacional exige que bancos e fintechs tenham uma base tecnológica robusta, segura e flexível. É nesse cenário que a Topaz se posiciona como parceira estratégica, oferecendo um ecossistema completo para essa nova fase.
Com a família FinancialCore, as instituições gerenciam contas, crédito e operações, contando com flexibilidade e total aderência regulatória. Já a família TechPay habilita pagamentos instantâneos e integra APIs de câmbio para segurança nas transações internacionais.
Por fim, a família FinChannels permite orquestrar canais físicos e digitais, conectando parceiros externos a plataformas globais de forma simples e escalável, tornando a experiência do cliente mais harmoniosa.
E é assim que, com a Topaz, sua empresa não só acompanha a evolução do mercado, mas assumem uma posição de liderança, preparada para oferecer soluções globais prontas para o futuro dos pagamentos.

Criatividade, paixão e foco nos detalhes. Três palavras que me definem ao produzir, editar e publicar conteúdos de tecnologia e finanças. Comunicadora social e jornalista com experiência em imprensa e produção editorial. Magíster em Marketing e Publicidade Digital, com foco em otimização SEO e estratégias digitais. Ciné/telefila, atleta e gamer.

Fintechs são empresas de tecnologia financeira que utilizam inovação para oferecer serviços financeiros de forma ágil, acessível e digital. Elas atuam por meio de plataformas online, criando novos modelos de negócio e transformando a forma de lidar com o dinheiro.

A lavagem de dinheiro consiste na prática de disfarçar a origem ilícita de valores obtidos por meio de atividades criminosas, inserindo-os na economia formal. As 3 fases da lavagem de dinheiro são: colocação, ocultação e integração.


IFRS 9 é o padrão contábil internacional que define como ativos financeiros devem ser classificados, mensurados e provisionados nas demonstrações financeiras.
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