Drex: o que é, como funciona e impactos para o sistema financeiro

Catalina Arango
Aug 14, 2025

O Drex é uma CBDC (Central Bank Digital Currency), ou moeda digital de banco central, desenvolvida para modernizar o sistema financeiro nacional e ampliar a inclusão bancária

Baseado em uma infraestrutura de blockchain permissionada, o Drex promete transformar a maneira como pessoas, empresas e o setor público realizam transações, investem e contratam serviços financeiros.

Esse projeto tem como objetivo viabilizar a tokenização de ativos, aprimorar a eficiência das operações financeiras e reduzir custos para consumidores e instituições

Neste artigo, explicaremos como o Drex funciona, por que ele foi criado e suas diferenças em relação a outros meios de pagamento, como Pix e criptomoedas. Também mostraremos seus benefícios, riscos e desafios associados, o cronograma de lançamento e o papel das instituições financeiras e empresas de tecnologia, como a Topaz, nesse novo ecossistema.

Qual é o significado do nome Drex?

O nome Drex é resultado da combinação das palavras digital + real + eletrônico e a letra X, que faz referência à transação. 

Esse nome foi escolhido para representar a essência da moeda digital brasileira, que une o valor fiduciário do real a uma tecnologia digital moderna e segura para transações financeiras. 

Diferentemente das criptomoedas, que são descentralizadas e operadas sem a intermediação de bancos ou governos, o Drex é emitido e regulamentado pelo Banco Central

Ele também se diferencia das stablecoins, moedas digitais privadas com paridade atrelada a um ativo estável, como o dólar ou o próprio real, que não possuem garantia de um órgão oficial.

Por que o Drex foi criado pelo Banco Central?

A criação do Drex responde a uma demanda estratégica por modernização do sistema financeiro brasileiro, frente à evolução tecnológica mundial e melhorar a eficiência das operações financeiras no país. 

Um dos principais objetivos é ampliar a inclusão financeira, permitindo que mais pessoas tenham acesso a serviços bancários e novas formas de investimento, especialmente por meio da tokenização de ativos. 

Além disso, o Drex busca reduzir custos operacionais para consumidores e instituições, oferecendo uma alternativa digital segura e regulamentada para movimentações financeiras. 

Outro ponto relevante é a viabilização de contratos inteligentes, que permitem automatizar operações e acordos financeiros de forma eficiente e transparente.

Como funciona o Drex, na prática?

Na prática, o Drex funciona utilizando uma tecnologia de registro distribuído (DLT), semelhante ao blockchain, porém permissionada, o que significa que somente instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central podem participar da rede. 

O Drex terá paridade de 1:1 com o real físico, o que garante que cada unidade digital seja equivalente a um real tradicional

A moeda digital funcionará em duas camadas: 

  • a primeira, chamada de atacado, será destinada às movimentações entre o Banco Central e instituições financeiras credenciadas
  • a segunda, conhecida como varejo, será utilizada pelos consumidores finais por meio de bancos, fintechs e cooperativas de crédito. 

Assim, os usuários terão acesso ao Drex por meio das suas contas bancárias digitais e poderão utilizá-lo em transações, compras e operações financeiras cotidianas.

Drex, Pix, cripto e stablecoins: quais são as diferenças

Embora sejam meios digitais de transações financeiras, todos eles possuem características e diferenças importantes.

Característica

Pix (pagamento)

Criptomoeda (privada)

Stablecoin (lastro privado)

Drex (moeda oficial)

Origem/Emissor

Banco Central do Brasil

Empresas ou comunidades privadas

Empresas privadas

Banco Central do Brasil

Natureza

Sistema de pagamento instantâneo

Ativo digital descentralizado

Moeda digital com lastro

Moeda digital oficial

Regulação

Totalmente regulamentado pelo Bacen

Sem regulação centralizada

Sem regulação estatal direta

Regulamentado e supervisionado pelo Bacen

Paridade com o real

Usa o real tradicional

Valor flutuante, não pareado a moedas fiduciárias

Tem paridade com real, dólar ou outro ativo estável

Tem o mesmo valor do real físico

Tecnologia

Infraestrutura centralizada

Blockchain pública

Blockchain pública ou privada

Blockchain permissionada

Velocidade de transação

Instantânea

Varia conforme a rede

Rápida, mas depende da tecnologia usada

Instantânea (em ambiente digital autorizado)

Controle estatal

Total

Nenhum

Nenhum

Total

Funcionalidades adicionais

Transferências entre contas

Investimento, reserva de valor, pagamentos

Pagamentos e remessas com menor volatilidade

Transações, tokenização de ativos, contratos inteligentes

Volatilidade

Nula (usa o real)

Alta

Baixa (por ser lastreada)

Nula

Benefícios do Drex para consumidores e instituições

A chegada do Drex traz benefícios significativos para o sistema financeiro e seus usuários. 

Para os consumidores, ele garante maior segurança e transparência nas transações, pois todas as operações serão registradas digitalmente e poderão ser auditadas, reduzindo fraudes e irregularidades. 

Além disso, a tecnologia do Drex possibilita a automação de contratos e operações complexas, como financiamentos e transferências de bens, agilizando processos que antes dependiam de intermediários e papelada.

Outro benefício importante é a tokenização de ativos, que permite transformar imóveis, veículos e outros bens em ativos digitais negociáveis, tornando o investimento em diferentes segmentos mais acessíveis para o público em geral. 

Para as instituições financeiras, o Drex representa eficiência operacional, com a redução de custos e processos burocráticos. Além de favorecer a criação de novos modelos de crédito e financiamento, além de impulsionar a inovação em serviços financeiros digitais e ampliar a inclusão de pessoas hoje fora do sistema bancário.

O Drex é seguro?

Sim. Por operar dentro de um ambiente digital, o Drex adota os mesmos protocolos de proteção de dados já aplicados no sistema financeiro tradicional, ampliados pelas exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e pela Lei do Sigilo Bancário. 

As instituições autorizadas a operar com Drex precisarão implementar rígidos controles de cibersegurança e proteção de informações sensíveis.

O Banco Central garante que a privacidade dos usuários será preservada e que as transações com Drex seguirão padrões elevados de segurança e auditoria

As movimentações serão rastreáveis, o que impede operações ilícitas, mas sem comprometer a privacidade individual, já que os dados pessoais continuarão protegidos por sigilo.

Desafios e preocupações com o Drex

Apesar dos benefícios e da inovação no processo, o Drex enfrenta alguns desafios e preocupações. 

Um dos principais é o debate sobre privacidade e vigilância estatal, já que a digitalização total das transações pode facilitar o rastreamento de movimentações financeiras. 

Além disso, há o risco de ciberataques, o que exige investimentos constantes em segurança por parte das instituições.

Outro ponto relevante é a possibilidade de exclusão digital, uma vez que parte da população ainda enfrenta dificuldades de acesso à internet e a dispositivos móveis, o que poderia limitar o uso da moeda digital. 

Apesar das preocupações, o desenvolvimento do Drex vem sendo acompanhado por consultas públicas e testes em ambientes controlados e diálogo com o mercado.

Quando o Drex estará disponível e como será implementado?

O Drex ainda não tem uma data de lançamento definida, no entanto, existe a previsão de liberação para o final de 2025 ou início de 2026, quando os consumidores poderão utilizar o Drex por meio das suas contas digitais em bancos e fintechs.  

Atualmente, a moeda digital está em fase de testes controlados com instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central. 

Em 2024, os primeiros pilotos envolveram a tokenização de ativos e a realização de transações simuladas em ambiente seguro. 

A previsão é que, ao longo de 2025, os testes sejam ampliados, envolvendo fintechs e cooperativas de crédito, com a moeda sendo disponibilizada de forma restrita a clientes dessas instituições.

Após o lançamento oficial, quem optar pela moeda digital precisará ter conta em instituições autorizadas e acessar os canais digitais integrados ao Drex.

Exemplos práticos de como o Drex será usado no dia a dia

No cotidiano, o Drex poderá ser usado de diversas formas. Por exemplo, em compras de imóveis, o processo de registro e transferência de propriedade poderá acontecer de forma automatizada e segura, por meio de contratos inteligentes vinculados à moeda digital e à escritura tokenizada. 

Na compra de veículos, o pagamento em Drex será instantâneo e a transferência de posse ocorrerá automaticamente após a conclusão da transação.

Operações de empréstimos e financiamentos também poderão ser totalmente digitalizadas, com contratos inteligentes controlando os desembolsos e as amortizações. 

Além disso, a tokenização de investimentos permitirá que pequenos investidores tenham acesso a ativos antes restritos, como cotas de imóveis comerciais, projetos de energia e precatórios.

Como a Topaz pode apoiar instituições na era do Drex?

Na era do Drex, contar com parceiros especializados será decisivo para instituições financeiras que buscam segurança, eficiência e integração com a nova moeda digital. 

A Topaz, maior empresa de tecnologia especializada em soluções financeiras digitais da América Latina, oferece um ecossistema completo para apoiar essa transição.

Entre as soluções estratégicas está a família TechPay com sua oferta de Moedas Digitais oferece uma integração completa desde o controle de reservas até a liquidação e compensação de pagamentos.

Ela proporciona uma conexão mais segura entre bancos centrais, instituições financeiras e processadores de pagamento, o que facilita e torna mais eficiente as transações.

Tudo isso com segurança e transparência através de tecnologias como blockchain e criptografia.

Com esse portfólio, a Topaz se posiciona como parceira estratégica para instituições que desejam liderar a inovação no sistema financeiro brasileiro. 

Assim, mais do que acompanhar a chegada do Drex, seus clientes estarão prontos para aproveitar as oportunidades que essa transformação proporcionará!

Catalina Arango

Criatividade, paixão e foco nos detalhes. Três palavras que me definem ao produzir, editar e publicar conteúdos de tecnologia e finanças. Comunicadora social e jornalista com experiência em imprensa e produção editorial. Magíster em Marketing e Publicidade Digital, com foco em otimização SEO e estratégias digitais. Ciné/telefila, atleta e gamer.

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