O que é Open Banking e por que ele está mudando o sistema financeiro?

O Open Banking é um sistema que permite o compartilhamento de dados e serviços bancários entre instituições financeiras autorizadas, de forma segura e com o consentimento do cliente.
Isso significa que os consumidores podem autorizar o acesso às suas informações financeiras por diferentes instituições, promovendo maior transparência e controle sobre seus dados.
Com o Open Banking, os clientes têm acesso a produtos e serviços mais personalizados, enquanto as instituições financeiras podem desenvolver soluções mais eficientes e adaptadas às necessidades do mercado.
Essa abordagem estratégica, portanto, impulsiona a inovação, aumenta a concorrência e promove a inclusão financeira, servindo como base para o Open Finance.
Neste artigo, abordaremos os pilares regulatórios, aspectos técnicos, vantagens, desafios e como a Topaz oferece soluções robustas para apoiar instituições nessa jornada de transformação digital.
Como funciona o Open Banking?
O princípio fundamental do Open Banking é o consentimento do usuário. Os clientes têm o direito de autorizar ou revogar o compartilhamento de seus dados a qualquer momento, garantindo controle total sobre suas informações.
O compartilhamento de dados ocorre por meio de APIs (Interfaces de Programação de Aplicações), que permite a comunicação segura e padronizada entre diferentes sistemas financeiros.
Essas APIs funcionam como pontes digitais, possibilitando que bancos, fintechs e outros integrantes acessem informações bancárias específicas, desde que o cliente tenha autorizado.
Por exemplo, uma fintech de crédito pode acessar o histórico de transações de um cliente em outro banco para oferecer um empréstimo personalizado com base no perfil de gastos e renda desse cliente.
Vale destacar que o Open Banking não é um aplicativo específico, mas sim um ecossistema de regras, padrões e tecnologias que facilitam a integração entre instituições financeiras.
Esse modelo promove um ambiente mais colaborativo, no qual diferentes empresas podem oferecer serviços interconectados e mais eficientes para os usuários.
Quais são as fases de implementação do Open Banking no Brasil?
A implementação do Open Banking no Brasil foi estruturada em quatro fases principais, estabelecidas pelo Banco Central.
Fase 1 – Compartilhamento de dados sobre produtos e serviços financeiros oferecidos pelas instituições (informações públicas). Nessa etapa, os consumidores puderam acessar dados padronizados sobre tarifas, taxas de juros, canais de atendimento e produtos bancários, promovendo maior transparência.
Fase 2 – Compartilhamento de dados cadastrais e transacionais dos clientes, mediante consentimento. Instituições financeiras passaram a acessar dados como nome, CPF/CNPJ, histórico de transações, saldos, entre outros, com autorização prévia dos clientes.
Fase 3 – Iniciação de transações de pagamento por meio de terceiros autorizados. Essa fase viabilizou a atuação dos iniciadores de transação de pagamento (ITPs), que podem realizar pagamentos em nome dos usuários, sem a necessidade de acessar diretamente o internet banking do banco original.
Fase 4 – Integração de dados de outros serviços financeiros, como câmbio, investimentos, seguros e previdência, marcando a transição para o Open Finance. Com isso, os consumidores passaram a ter uma visão mais completa e integrada de sua vida financeira.
O Banco Central atua como regulador do sistema, estabelecendo diretrizes e padrões técnicos, e supervisionando a segurança e o cumprimento das regras pelas instituições participantes.
Diferença entre Open Banking e Open Finance
A principal diferença entre Open Banking e Open Finance está na abrangência do compartilhamento de dados.
O Open Banking, de modo geral, se concentra no compartilhamento de dados bancários, como contas, transações e serviços financeiros básicos.
Já o Open Finance é uma evolução desse conceito, abrangendo uma gama mais ampla de produtos financeiros, incluindo seguros, investimentos, previdência, câmbio e outros.
Open Banking |
Open Finance |
|
Escopo |
Contas, transações e serviços bancários. |
Inclui seguros, investimentos, previdência e câmbio. |
Participantes |
Instituições bancárias. |
Todo o setor financeiro. |
Estágio no Brasil |
Implementado e em consolidação. |
Em expansão. |
Quais são as vantagens do Open Banking?
Para os clientes
- Personalização: com acesso aos dados dos clientes, as instituições podem criar soluções adaptadas ao perfil de cada pessoa, como ofertas de crédito com melhores taxas, carteiras de investimentos personalizadas ou produtos de seguros específicos;
- Comparabilidade: os consumidores conseguem comparar mais facilmente os produtos oferecidos por diferentes instituições, escolhendo aquele que oferece melhores condições, tarifas ou benefícios;
- Mobilidade: o cliente pode trocar de banco ou contratar serviços em outras instituições sem precisar fornecer novamente todos os seus dados, o que reduz burocracias e aumenta a liberdade de escolha.
Para as instituições financeiras
- Inovação acelerada: possibilidade de integrar dados de diferentes fontes favorece o desenvolvimento de novos serviços digitais, como painéis financeiros integrados, assistentes virtuais, análise preditiva de comportamento, entre outros;
- Redução de custos operacionais: com processos automatizados por meio de APIs, as instituições reduzem custos com atendimento, manutenção de sistemas desatualizados e integrações manuais;
- Ampliação de mercado: fintechs e instituições menores passam a ter mais condições de competir com grandes bancos, ao oferecer serviços personalizados e com custo competitivo.
Quem pode participar do Open Banking?
A participação no Open Banking é obrigatória para grandes instituições financeiras reguladas pelo Banco Central, especialmente aquelas que concentram a maior parte dos ativos do sistema financeiro nacional.
No entanto, outras instituições como fintechs, cooperativas de crédito e instituições de pagamento podem participar de forma voluntária.
Para isso, é necessário seguir critérios técnicos e regulatórios definidos pelo Banco Central, como aderência ao padrão de APIs, estrutura de governança, compliance com a LGPD e capacidade de garantir a segurança dos dados dos usuários.
O papel do Open Banking na inclusão financeira
O Open Banking desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão financeira de várias maneiras.
Acesso a serviços financeiros: uma das principais barreiras à inclusão financeira é a falta de acesso a serviços básicos, como contas bancárias e crédito.
O Open Banking facilita o acesso a esses serviços, permitindo que instituições financeiras compartilhem informações sobre produtos e clientes com outras instituições, aumentando a concorrência e a oferta de serviços.
Customização de produtos financeiros: com o Open Banking, as instituições financeiras podem acessar uma visão mais abrangente do perfil financeiro de um cliente, incluindo suas transações, histórico de crédito e preferências.
Isso possibilita a criação de produtos financeiros mais personalizados e adequados às necessidades individuais dos clientes, incluindo aqueles que são historicamente subatendidos pelo sistema financeiro tradicional.
Redução de custos e barreiras: tradicionalmente, os custos de transação e a burocracia têm sido obstáculos significativos para aqueles que buscam acessar serviços financeiros. O Open Banking reduz essas barreiras, permitindo processos mais eficientes e automatizados, que diminuem os custos para as instituições financeiras e, por sua vez, para os clientes.
Estímulo à inovação: ao abrir o acesso aos dados financeiros, o Open Banking estimula a inovação no setor financeiro. Startups e fintechs podem usar esses dados para criar novos produtos e serviços que atendam às necessidades específicas de segmentos da população que foram historicamente negligenciados pelos bancos tradicionais.
O Open Banking é seguro?
Sim. Segurança é um dos principais pilares do Open Banking.
O sistema é regulamentado pelo Banco Central e está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo que o compartilhamento de informações ocorra apenas com o consentimento explícito do cliente.
As instituições participantes devem adotar protocolos rigorosos de segurança cibernética, como:
- autenticação forte de usuários;
- criptografia ponta a ponta das informações transmitidas;
- registro e auditoria de todas as transações;
- procedimentos padronizados para revogação de consentimento.
Além disso, os clientes mantêm total controle sobre os dados que estão sendo compartilhados, com quem e por quanto tempo. Caso queiram interromper o compartilhamento, o processo é simples, direto e gratuito.
Quais são os principais desafios do Open Banking?
Apesar das muitas vantagens, a adoção do Open Banking apresenta alguns desafios para as instituições financeiras.
- Integração com APIs: a padronização das APIs é fundamental para garantir o funcionamento adequado do ecossistema. Erros ou falhas de integração podem comprometer a experiência do usuário;
- Gestão de consentimento: as instituições precisam desenvolver mecanismos seguros, eficientes e auditáveis para gerenciar o consentimento dos usuários e garantir a conformidade com a LGPD;
- Interoperabilidade: a comunicação entre diferentes plataformas e sistemas exige compatibilidade técnica e operacional, o que pode demandar ajustes complexos nos sistemas;
- Modernização de sistemas: muitos bancos ainda operam com infraestruturas que não suportam a agilidade necessária para o Open Banking. A atualização ou substituição desses sistemas pode ser custosa;
- Cultura organizacional: a transformação digital exigida pelo Open Banking envolve também mudança de mentalidade, novos modelos de negócio e capacitação de equipes.
Qual é o papel da arquitetura modular e do core bancário no Open Banking?
Uma arquitetura modular baseada em microsserviços e APIs abertas é essencial para a integração eficiente ao ecossistema do Open Banking.
Essa arquitetura permite que diferentes componentes do sistema bancário operem de forma independente, com escalabilidade e facilidade de manutenção.
Com esse modelo, é possível:
- atualizar ou trocar módulos sem afetar o sistema inteiro;
- integrar rapidamente novos serviços e parceiros;
- reduzir o tempo de lançamento de novos produtos (time-to-market);
- garantir maior estabilidade e disponibilidade do sistema.
O core bancário moderno oferece flexibilidade, interoperabilidade e capacidade de lidar com grandes volumes de dados em tempo real, além de garantir os protocolos de segurança avançados exigidos pelo Open Banking.
Como a Topaz apoia instituições na jornada do Open Banking?
A Topaz oferece um ecossistema completo de soluções para apoiar instituições financeiras na integração ao Open Banking e na transformação digital.
Com a família FinancialCore, você terá uma arquitetura modular que garante:
- APIs robustas e seguras, desenvolvidas com base nos padrões do Banco Central;
- arquitetura escalável, que permite rápida adaptação às mudanças regulatórias e ao mercado;
- conformidade regulatória completa, com ferramentas de auditoria, gestão de consentimento e proteção de dados;
- interoperabilidade com diferentes plataformas e parceiros, facilitando a inovação aberta e a criação de novos modelos de negócio;
- redução do time-to-market, acelerando o lançamento de novos produtos e serviços.
Estamos aqui para acompanhá-lo em cada momento. Vamos juntos propor novos níveis de inovação, agilidade e evolução!


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O International Financial Reporting Standard 9 (IFRS 9) foi implementado com o objetivo de trazer maior transparência e consistência aos relatórios financeiros de instituições que lidam com instrumentos financeiros. No Brasil, a sua adoção representou um desafio significativo para o setor financeiro, dada a complexidade das novas exigências e a necessidade de uma gestão de riscos mais proativa.
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