Diferença entre Open Banking e Open Finance: entenda os conceitos

Catalina Arango
Jun 24, 2025

Open Banking é o compartilhamento de dados apenas entre bancos, enquanto Open Finance amplia esse conceito para incluir outras instituições financeiras, como corretoras, seguradoras e empresas de previdência.

Essa distinção é indispensável para compreender a evolução do sistema financeiro, que busca ser mais integrado, transparente e centrado no consumidor. Além de transformar a oferta de serviços financeiros, essas mudanças impulsionam a inovação e a eficiência das instituições. 

Neste artigo, exploraremos em detalhes os conceitos, principais diferenças, benefícios e impactos de cada modelo.

O que é Open Banking?

O Open Banking é um sistema que permite somente o compartilhamento de dados e serviços bancários entre instituições financeiras com autorização expressa do cliente. 

Isso significa que o usuário pode autorizar que seus dados — como histórico de transações, saldo em conta, informações de crédito e perfil de consumo — sejam compartilhados com outras instituições.

O conceito surgiu no Reino Unido em 2018, por meio da iniciativa da Autoridade de Conduta Financeira (FCA) e da Open Banking Implementation Entity (OBIE). Desde então, se espalhou por países da Europa, América do Norte e América Latina.

No Brasil, o Open Banking foi introduzido oficialmente pelo Banco Central em 2019, com o objetivo de modernizar o sistema financeiro nacional

O projeto foi estruturado em quatro fases: compartilhamento de dados cadastrais, dados transacionais, serviços de iniciação de pagamento e ampliação para dados de outros produtos financeiros. Essa estrutura serviu como base para a transição ao Open Finance.

Entre os principais objetivos do Open Banking estão:

  • aumentar a competitividade entre instituições bancárias;
  • reduzir custos operacionais e taxas ao consumidor final;
  • melhorar a qualidade e variedade dos serviços ofertados;
  • promover o empoderamento do consumidor sobre seus próprios dados financeiros.

O que é Open Finance?

O Open Finance é a expansão natural do Open Banking, abrangendo todo o ecossistema financeiro

Esse modelo propõe um ambiente ainda mais integrado e abrangente, no qual o consumidor pode consolidar informações de diferentes segmentos financeiros em uma única plataforma. 

Com isso, é possível ter uma visão global da vida financeira, o que facilita o controle de gastos, planejamento de investimentos e decisões sobre crédito ou seguros.

A transição para o Open Finance foi oficializada no Brasil em 2021, quando o Banco Central reconheceu que o escopo do Open Banking estava ficando limitado diante das possibilidades tecnológicas e demandas dos consumidores. Desde então, o país se tornou referência global em iniciativas de finanças abertas.

Com o Open Finance, os benefícios são estendidos para além dos bancos, promovendo a inclusão de novas empresas no mercado e estimulando soluções inovadoras, como carteiras digitais mais completas, automatização de investimento personalizados e plataformas de seguros integradas a aplicativos de finanças pessoais.

Qual é a diferença entre Open Finance e Open Banking?

Entenda as principais diferenças entre o Open Finance e o Open Banking:

 

Open Banking

Open Finance

Instituições que podem participar

Apenas bancos

Bancos, seguradoras, corretoras, previdência, câmbio etc.

Tipos de dados compartilhados

Dados bancários

Dados bancários, de investimentos, seguros, câmbio e mais

Escopo 

Limitado ao sistema bancário

Integra todo o sistema financeiro

Benefícios

Mais competição entre bancos

Inovação ampla, novos modelos de negócio, serviços integrados

Finalidade

Acesso a dados bancários com consentimento

Ecossistema centrado no consumidor com integração total

 

A principal diferença entre os dois modelos, todavia, está na amplitude do compartilhamento de dados. O Open Banking é uma iniciativa voltada para dados bancários e seus serviços. 

Já o Open Finance propõe uma abordagem mais ampla, permitindo a integração de todos os dados financeiros do usuário, de diversas fontes, criando um ecossistema digital e colaborativo. Essa ampliação garante mais possibilidades para os consumidores e abre novas frentes de inovação para o mercado.

Vantagens do Open Banking e Open Finance para empresas e o mercado financeiro

As instituições financeiras e empresas que atuam no setor têm inúmeras oportunidades com a implementação desses modelos.

  • Inovação acelerada: o acesso aos dados permite criar soluções mais eficazes e personalizadas para diferentes perfis de clientes, como aplicativos de controle financeiro com base em inteligência artificial;
  • Redução de custos: o uso eficiente dos dados reduz retrabalhos e etapas manuais nos processos internos, como análise de crédito e prevenção à fraude;
  • Maior fidelização de clientes: com serviços mais adequados às necessidades dos usuários, as instituições podem aumentar a retenção e engajamento;
  • Expansão de parcerias: empresas podem formar ecossistemas colaborativos, unindo forças com fintechs e outras startups para oferecer soluções integradas.

Além disso, o Open Finance pode acelerar a digitalização de instituições tradicionais, tornando-as mais competitivas frente aos novos entrantes do mercado.

Benefícios para os consumidores

Para o consumidor final, os benefícios com o Open Finance são significativos.

  • Melhores ofertas: ao compartilhar seus dados com diversas instituições, o cliente recebe propostas mais vantajosas, como crédito com juros menores ou investimentos mais adequados ao seu perfil de risco;
  • Experiência integrada: com o acesso a múltiplos serviços em uma só interface, o usuário ganha agilidade, praticidade e controle de sua vida financeira;
  • Transparência: os dados ficam sob o controle do usuário, que pode revogar consentimentos a qualquer momento;
  • Inclusão financeira: pessoas com histórico limitado ou subatendidos bancos tradicionais podem ser atendidas por novas soluções digitais, acessando crédito, seguros ou contas digitais.

Essas vantagens tornam o consumidor protagonista de suas finanças, com autonomia para tomar decisões embasadas e alinhadas com seus objetivos.

Regulamentações e diretrizes aplicáveis no Brasil

O Banco Central do Brasil é o principal órgão regulador das iniciativas de Open Banking e Open Finance no país. Ele estabeleceu diretrizes para garantir a segurança, padronização e eficiência da troca de dados entre instituições.

Além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é essencial nesse processo, pois estabelece que os dados pessoais só podem ser utilizados mediante consentimento livre, informado e inequívoco. O consumidor deve ter acesso facilitado a informações sobre o uso de seus dados e pode, a qualquer momento, revogar a autorização concedida.

Para operar no ecossistema de Open Finance, as instituições participantes devem, ainda, cumprir requisitos técnicos de segurança cibernética e de governança, além de integrar APIs padronizadas que garantem interoperabilidade e conformidade regulatória.

Impactos do Open Banking e Open Finance no mercado financeiro e na experiência do consumidor

A adoção dessas iniciativas está moldando um novo cenário financeiro.

  • Concorrência saudável: novas empresas passam a competir em pé de igualdade com grandes bancos, estimulando a melhoria contínua dos serviços;
  • Maior eficiência: os processos se tornam mais ágeis e baseados em dados concretos, o que melhora a gestão de riscos e a concessão de crédito;
  • Empoderamento do cliente: o consumidor assume o papel central nas decisões financeiras, podendo migrar com facilidade entre instituições e produtos;
  • Nova dinâmica de consumo financeiro: os serviços deixam de ser generalistas e se tornam personalizados e preditivos, com foco na jornada do cliente.

Diante desse novo cenário, instituições que ainda não se adaptaram ao Open Finance poderão perder competitividade e até correrem o risco de cair em obsolência.

Como a Topaz apoia instituições na jornada do Open Finance?

A Topaz oferece uma arquitetura modular baseada em nuvem para instituições que desejam se integrar ao ecossistema de Open Finance.

Entre as principais soluções, destacam-se:

  • plataformas para integração via APIs padronizadas, facilitando a comunicação entre instituições;
  • ferramentas de consentimento e gestão de dados, com interface amigável para o consumidor final;
  • camadas de segurança e criptografia avançada, em conformidade com as exigências do Banco Central e da LGPD;
  • consultoria especializada, com suporte regulatório e tecnológico para adaptação às normas e à transformação digital.

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Catalina Arango

Criatividade, paixão e foco nos detalhes. Três palavras que me definem ao produzir, editar e publicar conteúdos de tecnologia e finanças. Comunicadora social e jornalista com experiência em imprensa e produção editorial. Magíster em Marketing e Publicidade Digital, com foco em otimização SEO e estratégias digitais. Ciné/telefila, atleta e gamer.

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