Moedas digitais: tipos e o impacto no sistema financeiro

Catalina Arango
Dec 16, 2025

Nos últimos anos, as moedas digitais se tornaram um dos temas mais discutidos no mundo financeiro. 

Esses ativos representam uma nova forma de valor digital, criada para tornar as transações mais rápidas, seguras e acessíveis. 

Com o avanço da transformação digital e o crescimento das fintechs, o uso de moedas digitais vem ganhando espaço tanto entre consumidores quanto entre instituições financeiras.

De acordo com relatório de 2022 do Banco de Compensações Internacionais (BIS), mais de 90% dos bancos centrais do mundo estudam ou já desenvolvem suas próprias versões digitais das moedas nacionais. O Brasil, por exemplo, avança com o Drex, a futura moeda digital do Banco Central.

Neste artigo, portanto, você entenderá o que são as moedas digitais, como funcionam, quais os principais tipos e de que forma essa tecnologia está redefinindo o sistema financeiro global.

O que são moedas digitais?

As moedas digitais são ativos eletrônicos criados e armazenados exclusivamente em formato digital, que utilizam criptografia para garantir a segurança, a autenticidade e a integridade das transações. 

Diferentemente do dinheiro eletrônico tradicional, cujo saldo é exibido em contas bancárias ou aplicativos, as moedas digitais existem de forma independente de um banco ou instituição emissora específica.

Seu surgimento foi uma resposta às limitações do sistema financeiro tradicional, que muitas vezes impõe altos custos, lentidão e falta de inclusão. 

As moedas digitais, dessa forma, permitem que pessoas e empresas transacionem valores diretamente entre si (peer-to-peer), sem depender de intermediários.

Essa inovação representa um passo importante rumo à descentralização financeira, abrindo espaço para novos modelos de negócio e soluções mais democráticas.

Principais tipos de moedas digitais

As moedas digitais podem ser classificadas de diferentes formas, dependendo de sua estrutura, origem e finalidade.

Criptomoedas descentralizadas (Bitcoin, Ethereum e outras)

As criptomoedas descentralizadas são moedas digitais baseadas em blockchain, uma tecnologia que registra todas as transações de forma pública e imutável

O Bitcoin foi o primeiro exemplo, criado em 2009, seguido de outras como Ethereum, Litecoin e Solana.

Essas moedas não são controladas por uma autoridade central, como instituições financeiras, o que garante autonomia e transparência, mas também traz desafios. A volatilidade de preços e a ausência de regulação clara ainda geram incertezas.

Mesmo assim, seu uso vem crescendo, especialmente como forma de investimento, reserva de valor e meio de paga em ecossistemas digitais.

Moedas digitais privadas

As moedas digitais privadas são emitidas por empresas ou plataformas tecnológicas para uso em seus próprios ecossistemas. 

Um exemplo são as stablecoins, como USDT (Tether) e USDC, que mantêm paridade com moedas fiduciárias, reduzindo a volatilidade.

Esses ativos são usados para pagamentos internos, transações em plataformas financeiras e integração com carteiras digitais, oferecendo mais estabilidade e eficiência.

Empresas de tecnologia e fintechs exploram cada vez mais esse modelo, conectando soluções de pagamento, fidelidade e transferência internacional dentro de seus próprios ambientes digitais.

Moedas digitais de bancos centrais (CBDCs)

As CBDCs (Central Bank Digital Currencies) são versões digitais da moeda oficial de um país, emitidas e supervisionadas pelo Banco Central. 

Elas mantêm o mesmo valor do dinheiro físico, mas circulam de forma totalmente digital.

Diversos países já avançaram nessa direção, como China (com o e-Yuan) e Bahamas (com o Sand Dollar). 

No Brasil, o Drex promete melhorar a eficiência dos pagamentos, aumentar a inclusão financeira e fortalecer a rastreabilidade das transações.

Por terem amparo legal e regulação clara, as CBDCs podem redefinir a relação entre instituições financeiras, empresas e consumidores, tornando todo o sistema mais moderno e acessível.

Vantagens e limitações das moedas digitais

As moedas digitais oferecem uma série de benefícios, mas também enfrentam desafios importantes.

Vantagens

  • Transações mais rápidas e baratas, sem intermediários;
  • Maior inclusão financeira, permitindo acesso a serviços bancários digitais mesmo sem conta tradicional;
  • Segurança e transparência, asseguradas pela tecnologia blockchain;
  • Inovação e eficiência, com novos modelos de negócios e redução de custos operacionais.

Limitações

  • Volatilidade de preço, no caso das criptomoedas;
  • Desafios regulatórios, que variam conforme o país;
  • Necessidade de infraestrutura tecnológica robusta e segura;
  • Riscos cibernéticos, exigindo atenção constante à segurança digital.

Esses pontos mostram que, embora promissoras, as moedas digitais exigem preparo e adaptação das instituições financeiras para que seus benefícios sejam plenamente aproveitados.

A tecnologia por trás das moedas digitais: entendendo o blockchain

O blockchain é a base que possibilita a existência das moedas digitais. Trata-se de uma cadeia de blocos conectados, em que cada bloco contém registros de transações validados por uma rede de computadores.

Esse processo é descentralizado e utiliza consenso distribuído, o que impede fraudes e certifica que todos os participantes tenham acesso à mesma versão do registro.

Devido à sua estrutura imutável e transparente, o blockchain é considerado uma das tecnologias mais seguras do mundo financeiro moderno

Além disso, ele elimina a necessidade de intermediários, de modo a tornar as operações mais ágeis e econômicas.

Qual é o impacto das moedas digitais no sistema financeiro?

O impacto das moedas digitais é profundo e multifacetado. Entre os principais efeitos, destacam-se:

  • pagamentos mais rápidos e baratos, com liquidação instantânea;
  • maior inclusão financeira, ampliando o acesso a serviços bancários digitais;
  • rastreabilidade e transparência, fatores responsáveis por reduzir riscos de fraudes e lavagem de dinheiro;
  • segurança reforçada, com uso de criptografia e autenticação digital;
  • novos modelos de negócio, baseados em tokenização e finanças descentralizadas (DeFi).

Essas transformações demonstram como o setor financeiro está migrando para uma era mais digital, conectada e eficiente.

Quais são os principais desafios regulatórios e operacionais?

A expansão das moedas digitais também levanta preocupações importantes para governos e reguladores. Dentre os principais desafios, estão:

  • definição de marcos regulatórios claros, certificados com segurança e sem travar a inovação;
  • combate à lavagem de dinheiro e financiamento ilícito, exigindo monitoramento constante;
  • proteção de dados e privacidade dos usuários;
  • interoperabilidade entre sistemas financeiros tradicionais e digitais;
  • educação financeira e digital, para promover o uso seguro dessas tecnologias.

O equilíbrio entre inovação e segurança será determinante para o futuro das moedas digitais no sistema financeiro global.

Como as instituições financeiras podem se preparar?

Para aproveitar o potencial das moedas digitais, as instituições financeiras precisam se adaptar rapidamente. Algumas boas práticas incluem:

  • investir em infraestrutura digital e cibersegurança;
  • estabelecer parcerias com fintechs e provedores de tecnologia especializados;
  • acompanhar as discussões regulatórias e participar de iniciativas do Banco Central;
  • capacitar equipes internas, promovendo conhecimento sobre blockchain, tokenização e compliance.

Instituições que se antecipam a essas mudanças têm mais chances de manter sua competitividade e conquistar novos públicos.

Como a Topaz apoia instituições no uso de moedas digitais?

A Topaz atua como parceira estratégica de instituições financeiras que desejam inovar com segurança no universo das moedas digitais.

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Bem como garante conexão segura e ágil entre os agentes do mercado financeiro: bancos centrais, instituições financeiras e clerings de centralização e processamento de pagamentos.

A solução garante segurança, escalabilidade e compliance, permitindo que as instituições ofereçam experiências financeiras digitais completas e confiáveis aos seus clientes.

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Catalina Arango

Criatividade, paixão e foco nos detalhes. Três palavras que me definem ao produzir, editar e publicar conteúdos de tecnologia e finanças. Comunicadora social e jornalista com experiência em imprensa e produção editorial. Magíster em Marketing e Publicidade Digital, com foco em otimização SEO e estratégias digitais. Ciné/telefila, atleta e gamer.

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