A lavagem de dinheiro consiste na prática de disfarçar a origem ilícita de valores obtidos por meio de atividades criminosas, inserindo-os na economia formal. Estas são as 3 fases da lavagem de dinheiro: colocação, ocultação e integração.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), entre 2% e 5% do PIB global é lavado anualmente. No Brasil, esse tipo de crime também movimenta bilhões e está cada vez mais sofisticado.
É por isso que o combate à lavagem de dinheiro é um ponto crucial para empresas e profissionais que atuam com compliance financeiro. A seguir, vamos explicar tudo sobre o assunto.
As etapas da lavagem de dinheiro são reconhecidas por órgãos internacionais como o Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) e, no Brasil, pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
Apesar de existirem outras classificações, essas três fases abrangem todo o ciclo da lavagem de dinheiro, desde a entrada do dinheiro ilegal até o uso como se fosse legítimo. A seguir, explicamos cada uma delas.
A colocação de dinheiro ilícito é a primeira fase da lavagem de dinheiro. Nela, valores obtidos por meios ilegais são inseridos no sistema financeiro ou na economia formal.
É considerada a fase mais vulnerável à detecção, já que envolve o primeiro contato entre o dinheiro “sujo” e instituições legalizadas. As principais técnicas incluem:
Um exemplo comum é o uso de laranjas para realizar depósitos pequenos em agências diferentes. Outro sinal de alerta acontece quando são realizadas transações incomuns para o perfil do cliente, especialmente em dinheiro “vivo”.
Recentemente, a aquisição de criptomoedas também passou a ser usada nessa fase, devido ao anonimato e à descentralização das transações.
A ocultação de ativos ilegais se caracteriza pela realização de operações que dificultam o rastreamento da origem ilícita.
Essa é uma das fases mais complexas, com uso de estratégias elaboradas que exigem atenção redobrada. Entre as principais técnicas utilizadas estão:
Por meio dessas técnicas, o dinheiro pode ser, por exemplo, “emprestado” de uma empresa de fachada para outra, em nome de um “laranja”, com transferência para uma conta offshore. Tudo parece legal, mas esconde uma origem criminosa.
Transações incompatíveis com a atividade declarada, uso recorrente de intermediários e movimentações com justificativa duvidosa compõem sinais de alerta.
Para detectar essa fase, é preciso fazer integração de dados, análise de padrões e sistemas completos de monitoramento — um desafio constante para o setor de compliance e fiscalização.
Nesta fase, o dinheiro lavado volta à economia disfarçado de receita legítima. Pode surgir em investimentos, aquisições de bens ou movimentações empresariais aparentemente comuns.
Para evitar isso, entra em ação a prova de vida (liveness detection), tecnologia que verifica se o usuário está fisicamente presente durante a autenticação.
Combinada ao reconhecimento facial e à comparação com documentos oficiais, essa tecnologia impede fraudes como fotos, vídeos ou máscaras.
Assim, as instituições garantem a autenticidade das transações e dificultam a infiltração de dinheiro ilícito no sistema financeiro.
Mesmo após a reinserção do dinheiro na economia formal, é essencial manter mecanismos de controle para evitar a legitimação de recursos ilícitos.
A verificação contra listas restritivas cruza dados de clientes e transações com registros, pessoas politicamente expostas (PEPs) e empresas envolvidas em atividades suspeitas.
Essa prática ajuda a identificar operações aparentemente legais, mas que escondem contratos fictícios, investimentos de fachada, aquisições imobiliárias e importações/exportações superfaturadas.
Embora essas transações pareçam legítimas, pequenos sinais, como valores incompatíveis com o perfil do cliente, podem indicar riscos. Sistemas automatizados são capazes de aumentar a precisão da análise e dificultar que o dinheiro ilícito permaneça em circulação.
Alguns especialistas consideram que existe sim uma quarta fase na lavagem de dinheiro, conhecida como diversificação, recapitalização ou reutilização dos recursos.
Essa etapa é um processo contínuo, uma continuação do ciclo, em que o dinheiro já “limpo” volta a ser aplicado em novos esquemas ilícitos ou reinvestido para sustentar a aparência da legalidade, seja financiando mais atividades criminosas ou capitalizando negócios de fachada.
Na prática, a lavagem de dinheiro nem sempre termina em uma única fase. O capital costuma circular e “se esconder” em novas camadas, reforçando a importância de sistemas de monitoramento constante.
Tipologias de lavagem de dinheiro são métodos específicos utilizados para ocultar a origem ilícita de recursos ao longo das fases do processo. Veja algumas das mais conhecidas:
Tipologias emergentes vêm ganhando espaço com o avanço da tecnologia, como o uso de plataformas de jogos online e fintechs não reguladas.
É exigência do Banco Central que as instituições financeiras adotem políticas rígidas de prevenção, como identificação de clientes, monitoramento de transações e reporte de operações suspeitas.
O GAFI (FATF) atua globalmente com diretrizes que orientam países na luta contra crimes financeiros, são elas: medidas para identificar, avaliar e mitigar riscos, além manter a transparência e cooperação internacional.
No Brasil, a Lei de lavagem de dinheiro (Lei n.º 9.613/1998) obriga empresas a manter registros, controlar operações e colaborar com autoridades, além de comunicar operações financeiras suspeitas ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Os sistemas antifraude são aliados estratégicos na prevenção à lavagem de dinheiro, atuando com Inteligência Artificial e Machine Learning para identificar padrões suspeitos.
Eles analisam transações, cruzam dados de clientes e emitem alertas automáticos diante de movimentações irregulares.
Quando são identificados sinais de alerta de lavagem de dinheiro, os sistemas permitem uma resposta rápida e assertiva, reforçando o compliance e protegendo as operações financeiras.
Sistemas antifraude monitoram o fluxo financeiro em tempo real, identificando padrões fora do perfil do cliente, como valores incompatíveis ou operações repetidas (comuns na fase de colocação).
Essa análise contínua reforça a Due Diligence, processo de verificação aprofundada do cliente, essencial para enfrentar os desafios na prevenção à fraude com precisão.
Sistemas modernos são capazes de aprender o comportamento transacional do cliente e, assim, cruzam esses dados com informações do processo de KYC onboarding.
Quando algo foge do padrão, o sistema sinaliza automaticamente, reforçando o combate à ocultação e seguindo tendências contra lavagem de dinheiro.
Alertas automáticos são gerados por sistemas antifraude ao identificarem sinais de risco e cruzar dados dos clientes, alegando presença em listas restritivas nacionais e internacionais, como OFAC, ONU e Bacen.
Essa checagem é essencial para barrar transações suspeitas na fase de integração e evitar exposição a agentes vinculados a atividades ilícitas.
A Topaz oferece um ecossistema completo de tecnologias voltadas à prevenção à lavagem de dinheiro, combinando com excelência inteligência artificial, automação e máximo desempenho regulatório.
O Secure Journey monitora transações em tempo real e bloqueia, automaticamente, atividades fraudulentas.
Além disso, a integração com o KYC onboarding, garante a verificação da identidade dos clientes, através da colta de informações sobre a origem da sua renda e atividades.
Lavar dinheiro é um crime em constante evolução e enfrentá-lo exige tecnologia à altura. Com a Topaz, sua instituição antecipa riscos, bloqueia fraudes e transforma segurança em um diferencial.