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Background check: o que é e sua importância para instituições financeiras

Escrito por Catalina Arango | Dec 16, 2025 4:54:07 PM

Background check é a verificação de dados e histórico de pessoas ou empresas, que tem como objetivo confirmar informações a partir da análise de registros financeiros, criminais, educacionais e profissionais, para identificar inconsistências ou riscos de fraudes.

A relevância dessa prática cresce no Brasil. Segundo pesquisa da Grant Thornton à CNN, 63% dos negócios sofreram um ou mais casos de fraudes nos 12 meses até agosto de 2024. Os contextos críticos envolvem contratações, transações comerciais e fornecedores.

Neste artigo, você entenderá conceitos relacionados ao assunto, aspectos legais e aplicações práticas para instituições financeiras.

Por que o background check é importante para instituições financeiras?

A verificação de antecedentes consegue mitigar o risco na origem, identifica fraudes antes que elas entrem no sistema, no onboarding de clientes, no cadastro de fornecedores e em parcerias. Resultado: menos perdas, mais previsibilidade.

Quando o assunto é compliance, o background check operacionaliza KYC (Conheça seu cliente), KYP (Conheça seu parceiro), KYS (Conheça seu fornecedor), KYE (Conheça seu funcionário), PLD/FT, PEP (Pessoas Politicamente Expostas) e sanções, identifica beneficiário final e aplica margem de risco contínua. 

Ele gera trilhas auditáveis, respeita LGPD e antecipa exigências de Bacen, CVM e COAF. Assim, o que travava o fluxo da instituição agora acelera o onboarding com segurança.

Além disso, a confiança se constrói com dados. Quando a instituição valida identidades, histórico financeiro e reputação, a relação com o cliente ganha transparência. A experiência melhora e o risco operacional cai.

O impacto é real. Um estudo da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners) de 2022 indicou que organizações perdem em média 5% da receita anual com fraudes

Em um setor de margens disputadas, reduzir esse obstáculo é vantagem competitiva e tudo começa com um background check bem feito.

Tipos de background check

Os tipos de background check variam conforme o objetivo da instituição, confira, a seguir, quais são.

Consulta de CPF e CNPJ

Consulta de CPF e CNPJ é a validação básica de identidade e situação cadastral para decisões seguras.

Para instituições financeiras, esse é o primeiro filtro de risco. Essa checagem confirma existência, status (ativo ou inapto) e evita documentos falsos. 

Na prática, as instituições podem consultar cadastros de inadimplência (Serasa e SPC) e o Registrato do Bacen para mapear dívidas, limites, cheques sem fundos e relacionamento bancário. 

Isso reduz fraude de identidade e práticas de concessão de crédito para devedores recorrentes.

Na abertura de conta digital, por exemplo, o CPF é validado em segundos. Se estiver ativo e sem alertas críticos, o onboarding avança. Se houver restrições, o fluxo segue para análise reforçada ou é recusado automaticamente.

Análise de restrições financeiras

A análise de restrições financeiras avalia a capacidade de pagamento para decidir limites, taxas e margem de risco. 

Aqui podem ser avaliados protestos em cartório, dívidas em aberto e histórico de inadimplência. 

Diferentemente da simples consulta de CPF/CNPJ, o foco dessa análise é o fluxo de caixa e a probabilidade de inadimplência. 

No KYC Onboarding, isso evita falso positivo e rastreia o perfil desde o primeiro momento.

Para instituições financeiras, essa análise orienta preços e limites e ajuda a atender às regras da Basileia: quanto maior for o risco, mais capital será preciso preservar. O resultado? Menos inadimplências, previsões mais assertivas e prevenção à fraude financeira em dia.

Antecedentes criminais

Checar antecedentes criminais reduz riscos legais e de imagem em operações financeiras de todos os tipos.

No setor financeiro, essa verificação apoia a segurança corporativa e o compliance. Ela envolve consultas a registros públicos como Tribunal de Justiça e Polícia Federal, além de listas de sanções e PEP (Pessoas Politicamente Expostas).

Esse processo também compõe a análise reputacional em contratações sensíveis, como em cargos para tesouraria, de risco ou relacionados à compliance, e na avaliação de parceiros críticos. 

Em clientes de alto risco, verificar antecedentes criminais fortalece PLD/FT (Prevenção à Lavagem de Dinheiro, ao Financiamento do Terrorismo e à Proliferação de Armas de Destruição em Massa) ao sinalizar possíveis vínculos com crimes financeiros, corrupção ou organização ilícita

Na prática, um alerta em banco de dados oficial pode acionar due diligence reforçada, exigir documentação adicional ou bloquear a relação. A transparência nesses casos pode proteger a instituição e o cliente.

Compliance e listas restritivas

Cruzar clientes com listas oficiais é um requisito-chave de compliance empresarial e PLD/FT.

Listas como OFAC (EUA), ONU, PEPs e cadastros do Banco Central orientam quem pode ou não se relacionar com o sistema financeiro. 

Bancos e fintechs precisam checar e monitorar esses nomes de forma contínua e auditável para garantir conformidade com a legislação nacional e internacional.

Falhar nessa etapa abre espaço para lavagem de dinheiro e violações legais, resultando em multas milionárias e danos de reputação.

Em um exemplo prático, uma fintech que não verifica PEP pode ser usada para ocultar recursos de corrupção — risco que pode ser evitado com mapeamento e alertas em tempo real.

Validações cadastrais e comportamentais

As validações cadastrais e comportamentais confirmam quem é o cliente e como ele se comporta, em tempo real.

A verificação cadastral cruza dados informados (endereço, telefone e profissão, por exemplo) com bases públicas e privadas. 

Isso valida identidade, atualiza cadastros e cria uma jornada de informações auditáveis para decisões de risco em instituições financeiras.

O viés comportamental observa padrões de uso no onboarding digital: IP, geolocalização, horário e até velocidade de digitação. 

Com IA, o sistema identifica inconsistências e sinais de fraude em segundos, reduzindo falsos positivos e acelerando uma operação segura.

Um cliente que declara um endereço em São Paulo, por exemplo, mas a geolocalização do aparelho aponta acesso recorrente em outro estado, é um alerta que deve elevar a revisão para solicitar mais informações ou até mesmo bloquear o fluxo para proteger a operação.

Background check jurídico e societário

O background check jurídico e societário verifica processos, estrutura societária e histórico dos sócios para decisões B2B mais seguras.

Para CNPJs, a checagem vai além das finanças, avaliando ações judiciais relevantes, sanções, conflitos trabalhistas e indícios de crimes financeiros. 

Ela também mapeia quem são os sócios, seu histórico e possíveis vínculos de risco.

Essa modalidade é crítica na concessão de crédito corporativo, no onboarding de grandes empresas e na formalização de parcerias estratégicas. 

Um exemplo prático é uma fintech que analisa se a empresa solicitante tem sócios ligados a falências recentes antes de aprovar crédito. Se houver alerta, a instituição ajusta condições, pede garantias adicionais ou recusa a proposta.

Background check trabalhista

O background check trabalhista avalia processos trabalhistas e histórico profissional para decisões de contratações seguras.

Em processo de contratação, a instituição checa ações trabalhistas relevantes, histórico de desligamentos e referências profissionais, sempre com base legal e consentimento. Isso protege a operação e reduz passivos futuros.

A verificação de parceiros estende essa análise para terceirizados e fornecedores, pois identificar esses riscos também nessas frentes evita danos de corresponsabilidade.

No setor financeiro, essa prática fortalece gestão de riscos e compliance trabalhista, apoia due diligence de B2B e garante padrões éticos em toda a operação, preservando até mesmo a reputação da instituição.

Aspectos legais do background check no Brasil

No Brasil, o background check é permitido quando tem finalidade clara e segue a lei. Para pessoas físicas, a LGPD exige informar o propósito, coletar só o necessário, registrar as decisões, armazenar os dados pelo tempo adequado e não compartilhar as informações pessoais. Essa é a relação LGPD e background check.

Sobre antecedentes criminais, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) decidiu que solicitar certidão é legítimo quando existe previsão legal, se a função exigir alta confiança ou se houver acesso a dados sigilosos, como bancários, por exemplo. Fora desses casos, a exigência pode ser discriminatória e gerar indenização por dano moral.

Proporcionalidade é a regra: verifique apenas o necessário para o objetivo, evite coleta excessiva, defina prazos de retenção e ofereça canais para exercício de direitos. Assim, o background check sustenta compliance sem violar a privacidade dos envolvidos.

Como a tecnologia otimiza o background check?

Soluções digitais são capazes de consultar múltiplas bases em segundos, cruzando dados e gerando alertas automáticos. 

Isso significa um processo de background check muito mais rápido, com menos ruídos e mais segurança no onboarding digital.

Com Inteligência Artificial no setor de finanças e Machine Learning, o sistema aprende padrões, sinaliza inconsistências, detecta fraudes, ajusta scores e prioriza análises humanas só quando for preciso, realizando um filtro inicial e otimizando processos.

Por fim, é por meio de tecnologia que APIs conectam o background check ao core e a sistemas legados. Assim, a verificação vira parte natural da jornada: rápida para o cliente e confiável para a instituição.

SecureJourney: soluçãoes da Topaz para background check e KYC

A Topaz apoia instituições financeiras em todas as etapas de background check e tomada de decisão com a família SecureJourney, uma solução completa para segurança, compliance e prevenção a riscos. 

Ela combina automação, inteligência analítica e tecnologia de ponta para transformar verificações em decisões confiáveis e ágeis.

Entre as principais ofertas, o Onboarding Seguro valida identidades por meio de biometria facial e verificação documental, evitando fraudes desde a origem. 

Já a oferta de Prevenção e Combate à Fraude utiliza algoritmos e análise comportamental para identificar padrões suspeitos e bloquear transações indevidas em tempo real.

Complementando o conjunto, a Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo (PLD/FT) automatiza processos de KYC/KYB, monitora movimentações financeiras e garante total conformidade com as normas do Bacen, CVM e COAF.

No centro dessa estrutura está o Gestor de Decisões, que analisa cada transação e determina, de forma automática e inteligente, se ela é legítima ou não. 

O resultado é um ambiente mais seguro, eficiente e transparente.

Com a Topaz, compliance vira rotina e não obstáculo, e o SecureJourney abre espaço para consistência e confiança em cada decisão na sua instituição, colocando sua operação no ritmo do mercado: rápida, segura e pronta para escalar.

Fale conosco e vamos construir juntos o futuro do seu negócio!